Olá meus caros!!! Estou de volta para o nosso bate papo semanal!!!!
Estava aqui me lembrando da minha doce e saudosa infância... Tempos bons...
Estava aqui me lembrando da minha doce e saudosa infância... Tempos bons...
Lembrei-me das canções que cantávamos, do Hino Nacional no pátio da escola, das fardas com os “escudos” costurados nas camisas...
Daí me veio a idéia de iniciar o tema da semana com uma musiquinha infantil que acredito ser conhecida de quase todos!!!
Vejam aí se vocês lembram dessa música da infância???
Vejam aí se vocês lembram dessa música da infância???
Os dedinhos (Eliana)
“...Polegares, polegares onde estão? Aqui estão! Eles se saúdam, eles se saúdam e se vão, e se vão...”
“...Polegares, polegares onde estão? Aqui estão! Eles se saúdam, eles se saúdam e se vão, e se vão...”
Lembram???
Bem meus caros, essa semana vamos falar de “Polergazinha”!!!
Não, não é aquela Polegarzinha minúscula do conto infantil.
Nem aquela Banda de Sucesso dos anos 90, rs.
Também não são os nossos primeiros quirodáctilos, rs.
A Polegarzinha a qual me refiro é na verdade um livro!!!
Isso mesmo. Um livro do filósofo francês Michel Serres, lançado em 2013.
Isso mesmo. Um livro do filósofo francês Michel Serres, lançado em 2013.
O conteúdo do livro nos leva a pensar as “novas” formas de comunicação da nova geração, e o reflexo disso tudo no ambiente escolar. “Eles trazem à escola o novo, e demandam uma nova pedagogia, uma pedagogia da virtualidade”.
Apesar de o título ser Polegarzinha, no feminino, o livro fala também dos “Polegarzinhos” em referência ao sexo masculino. Mas o que o autor quis dizer ao se referir a esses jovens como Polegarzinhos e Polegarzinhas?
Apesar de o título ser Polegarzinha, no feminino, o livro fala também dos “Polegarzinhos” em referência ao sexo masculino. Mas o que o autor quis dizer ao se referir a esses jovens como Polegarzinhos e Polegarzinhas?
Vejam bem, ao analisarmos a capa do livro logo podemos supor o motivo pelo qual o autor utilizou esse termo para dar nome a sua obra, afinal estamos mesmo vivendo essa nova era de polegarzinhas(os). Ou seja, ao utilizar esse termo o autor faz referência aos jovens que digitam os textos com os polegares, que vivem conectados em redes e dessa forma acessam o mundo sem sair do lugar!!!
Livres? Não sei.
Dentro desse enfoque o autor questiona a forma de ensinar e aprender das gerações anteriores, e da necessidade de uma mudança nos paradigmas educacionais. Enfatiza que “Antes de ensinar o que quer que seja a alguém, é preciso, no mínimo, conhecer esse alguém” (Serres, 2013). Ou seja, para ensinar as Polegarzinhas e os Polegarzinhos é fundamental conhecê-los, entendê-los em suas essências e dentro dos contextos nos quais estão sendo “formados”.
Diferentemente das gerações anteriores, esta nova geração, filhas(os) da internet, tem acesso a informações em uma velocidade vertiginosa. Como o próprio autor diz, essa nova geração “não pensam como os pais, não entendem como as gerações anteriores e sintetizam de uma forma completamente nova” (Serres, 2013). Sendo assim torna-se fundamental tentar entender o que esses jovens, formados nos ambientes das mídias e da publicidade, com acesso frenético a informações das mais diversas imagináveis, espera encontrar na escola.
Fico aqui pensando em minha filhinha, de 8 aninhos. Genteeeee, sabem de quem eu “ouvi” pela primeira vez o nome tablet? Da minha filhinha há um tempinho atrás. Ela simplesmente me pediu um tablet!!!! E eu nem sabia o que era isso!!!! Então ela calmamente me explicou, em sua linguagem infantil, o que ela pretendia fazer com o tablet, rs. Pois é meu povo, isso é a "nova-nova" geração. Aulas de informática na alfabetização, aula de robótica na segunda série, acesso a tecnologias das mais diversas... Mudanças, mudanças, mudanças... Saberes...
Minha infância...
A nova infância...
No Dia das crianças 2013 resolvi dar o tablet a minha “Polegarzinha”, um pouco precoce e claro “controlado” (afinal é preciso aprender a usar a “liberdade”). Nesse momento ela está sentada no sofá (após horas aqui do meu lado tentando me convencer a baixar mais jogos, e mais jogos, e mais jogos...) mexendo e remexendo no tablet, com uma desenvoltura que até assusta.
Tive acesso a um computador pela primeira vez acho que aos 19 anos!!! A minha filha “nasceu” no meio de computadores. Infâncias distintas. Mas não sei se posso dizer que ela está tendo uma infância melhor ou não. Mais livre ou não. Serres diz que a geração das polegarzinhas(os), vive num mundo implicado pelas novas tecnologias, não vive “com” as novas tecnologias, mas sim “dentro” delas. Mas será que viver “dentro” é melhor que viver “com”?
Ao longo das páginas do livro Serres discute vários aspectos dessa nova geração, desde a forma de lidar com o mundo até o contexto escolar. Muitas perguntas e dúvidas se fazem presentes ao percorrermos as páginas do livro. Inegável que muitos são os aspectos positivos dessas mudanças. E muitos negativos. A segunda "revolução, do escrito para o impresso. Saímos do analógico para o digital, houve uma “mutação” no ser humano. A nova geração “não têm mais o mesmo corpo nem o mesmo comportamento, e adulto nenhum soube inspirar-lhes uma moral adequada” (Serres, 2013)
Eu e minha filha vivemos duas infâncias opostas. Mas onde será que tudo isso irá nos levar? Será que os Polegarzinhos e as Polegarzinhas de hoje serão mais felizes? Ou mais sábios? “Para onde caminha a humanidade?"
Reflitamos...
Referências:
SERRES, Michel. Polegarzinha – Uma nova forma de viver em harmonia, de pensar as instituições, de ser e de saber. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2013.
Todas as imagens obtidas no Google imagensSERRES, Michel. Polegarzinha – Uma nova forma de viver em harmonia, de pensar as instituições, de ser e de saber. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2013.